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desabar fardos

Dentro de nós uma enorme confusão.

Minha cabeça ainda revive alguns fracassos recentes, tentando sabotar meus sonhos românticos futuristas. É que ando numa alegria tão gostosa que eu começo a acreditar um pouco mais no impossível. Recupero esse meu pensamento otimista com a vida, toda vez que namoro você de longe do meu abraço, mas próximo da minha vista. Quando você veste minha camisa pela manhã, quando a gente conquista absolutamente tudo que a gente fala. Quando eu tenho uma impressão de que existe alguém que torce pela gente ouvindo as nossas conversas. Por dentro das nossas inseguranças existe nós.

Tudo bem estar nublado no início, algumas caminhadas são duras e cheias de curvas. Mais do que ninguém nos habituamos com as serras da vida desde cedo. Você com os pés na praia e eu com a cabeça na cidade. Eu maluco pela cabana no campo e você enlouquecendo com desejos cosmopolitas. Um zigue zague de ideias e ideais. Do jeito que a gente sempre souber ser, do jeito que você ensinou a acreditar que dava pra aproveitar. Que sempre tem espaço pra aprender um pouco mais.

Então pode tentar. Não tem problema, chuta a porta e vamos ver no que vai dar essa caminhada maluca. Começando a clarear a nossa visão e os buracos estão dentro do esperado. Tá tudo bem estar confortável no abraço do nosso sofá. Além de estar confuso o mundo lá de fora ele sempre assustou que não o enfrentou. Eu nunca vi você não retrucar alguém que afrontasse a suas certezas. Já deu certo. Deu certo quando você aceitou me acompanhar naquele bar. Depois naquela festa. Teve também aquela chuva. A pizza. O dia que eu perdi o horário das obrigações. Deu certo quando a gente foi pro nosso canto e quando voltou pro nosso berço. Nenhum tropeço inesperado, mas talvez as coisas mudem. Reavaliar já é uma forma de recomeço.

E não tem nada de trágico nisso. Coisas mudam. Pessoas mudam. Desejos também. Vou contar que já tem um bom tempo que seus desejos tem sido escritos com a minha tinta. Eu estou adorando essa sensação de poder desbravar um universo imenso de inseguranças agarrado na tua mão. Você traduz meus sonhos pois já falava a minha língua de outras vidas. Não deixa de tomar sua água, alonga esse pescoço. Arruma essa coluna e acelera muito pois você não nasceu pra ficar parada. Titânica. Você atropela parada, por gentileza, movimente-se.

Dos gostos que já deixou na minha boca, o que mais abre meu apetite é a esperança que você me faz beber todo dia um pouco. Quando deito ao seu lado, quando arranco tua risada, quando você briga comigo pelo óbvio e quando desperto antes de ti. Reforço meus escritos ditos em momentos de lazer e desespero. Me apaixono ainda mais nos momentos pouco ortodoxos em que vivemos. Vida longa para nossas raízes. Que mesmo de longe nos impulsionam para todas as batalhas diárias. Nos readequando e nos ajudando em toda essa trilha.

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