calor

…. Um sorriso que parecia dizer muitas coisas. Parecia que se desculpava, parecia que começa uma conversa com a guarda mais baixa. Desarmado como sempre esteve, ele era o que mais atacava, é ousado dizer que fazia isso muito bem. Talvez sua melhor arma era aquele sorriso, que não se sabia se era espada ou se era escudo. O sofá então afundou ao seu lado, ele todo atrapalhado, com seu jeito desconcertado senta como se não houvesse ninguém ao seu lado. Faz ela levantar levemente, e assim balançar a cerveja, que respinga sobre suas coxas avermelhadas que foram mal protegidas pelo sol que castigou aquela tarde.  Ele num reflexo, talvez malicioso, talvez inocente. Independentemente disso com um sorriso ele pede desculpas, relaxa, respira. E ela o responde.

E o assunto foi começando, o assunto que faltava antes a cerveja foi dando no tempo certo.
Começou com as explicações do jeito todo desajeito pelo o qual ele agia, o sorriso tão bonito que ela carregava, sobre a tarde dela na praia, sobre a vida dele na praia, sobre o quão japonesa ela era, sobre o quanto de pressa que ele tinha da vida, sobre o que da vida ela queria, ele queria a vida inteiro e então ela sorria. Tinham bastante coisa em comum, talvez mais do que imaginavam, tinhas sofrido suas perdas, pareciam que suas perdas tinham os melhorados, parecia que tudo estava andando conforme o roteiro. E naquele sofá desbotado, aquela conversa parecia que as coisas estavam encaixando, os sorrisos não saiam e bebida não parecia estar se acabando.

Jogaram jutos, perderam juntos, beberam mais ainda juntos e separados também. Mudaram de lugar, mudaram de ambiente, chegaram agarradinhos e assim juntos ficaram. Amigos conversando na cozinha, apenas uma cadeira, que ele educadamente ofereceu, ela recusou, pediu que ele sentasse, ele se apertou, ela o relaxou, pegou mais duas garrafas entregou uma ele. Brindaram, ela então se sentou em sua perna, ele a abraçou. Aquele abraço parecia completar tudo que parecia vago naquele momento. O papo flui, a noite caiu, o sol subiu, o povo dormiu. Ela do seu lado, falante e sorridente. Aquele momento parecia fantástico, era tudo o que ele queria naquele momento, era tudo que ele não iria buscar naquela noite. Era perfeito exatamente por não ter sido nada combinado. Ela não era sua namorada, não era ficante ou amiga de infância, ela não era nada. Mas era a menina mais bonita que ele já tinha visto em toda a sua vida. E eu sempre vou lembrar de você, minha loucura predileta.

autor_jorge

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