bordadeira

Vou pedir para a bordadeira bordar seu nome no meu decote para ver se você escuta as batidas do meu coração quando não estiver por aqui. Por muito tempo esse pobre coitado não batucava como a bateria de uma escola de samba, mas ele reencontrou o ritmo da nossa sintonia na avenida da vida que cruzou os nossos sorrisos.

Foi te ver para ter certeza que o arrepio na pele não era uma ilusão ou a lembrança que deixei dentro da minha caixinha de histórias do passado, que faz questão de ser mais presente nos meus pensamentos. Mas é aí que no meio dessas palavras você me pula na tela do celular e depois de tudo o que senti me traz mais uma vez aquela dúvida que me assola durante o meu dia: o que eu estou fazendo aqui sem você e você sem mim?

O destino as vezes não acerta ou tá com a mão muito torta pra escrever essas nossas linhas no meu bloquinho de notas cheio de rabiscos e pequenos versos de amor. E no meio desse pensamento sobre linhas tortas você me manda uma música que me faz querer dançar na chuva. “A gente se completa e vai deixando acontecer…”. E agora? Deixei…deixei molhar, deixei sentir, deixei viver isso dentro de mim. Sei lá se vou entrar naquelas de sofrer com antecedência em saber no que vai rolar. E se rolar rolou, porque eu sei que o que é meu tá guardado no fundo de algum buraco, no fundo de algum coração ou até na ponta da agulha da bordadeira que te trouxe para mais perto de mim.

Mas mesmo que fique na lembrança de um pequeno detalhe do meu vestido. Mesmo que fique na lembrança do meu bloquinho de notas velho ou até mesmo na moldura do nosso retrato. Só sei que se o ritmo das escolas de samba se encontrar na avenida das nossas vidas, eu vou jogar confete para o alto e com os pés descalços sambar até encontrar o teu corpo suado de tanto batucar meus pensamentos.

autor_helena

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