Eu não tenho medo, tenho dúvida.
Enquanto não sei de verdade o que quero, fico inventando justificativas e satisfação de pequenos e grandes desejos, para esquecer minha verdadeira vontade.
A vontade é o chamamento de dentro, de vocação, ela vai enfraquecendo, mas não descansa até ser ouvida. Mas escutar e decifrar nossas vozes, não é tarefa fácil, exige afinação.
Enquanto os desejos me movem, não consigo escutar minha vontade e, desafino, desconecto da minha própria canção.
Não tenho medo usar o diapasão da minha vontade, para afinar meus passos, mas tenho dúvida sobre o que me atrai, parece ser tudo real.
Hoje eu percebi que quando vejo e ouço meus sonhos, eles apontam para o verdadeiro rumo, para o bom, o lado saudável das relações, das situações que me levam a um passo a frente, que me farão crescer mesmo.
Desejo é vício, vontade é cura.
Não existimos de um lado só, o exercício de escolha não tem fim.
Aos poucos vamos apurando nossos ouvidos e escutando o tom dos verdadeiros acordes que a nossa trilha sonora precisa compor.
Agora, toca aquela!