desperta pra vida, menina

Um belo dia, num daqueles dias calmos, preguiçosos, em que acordamos sem a ajuda do despertador, uma dúvida crucial invade nossa cabeça aos pontapés:

– O que estou fazendo da minha vida?

Como se toda nossa existência se revelasse como uma mentira, assim, de repente. Nos pegamos chocados, incrédulos, como se todos os dias que passamos sobre este planeta se mostrassem vãos.
Questionamos nosso caráter, nossa personalidade, e lamentamos atitudes passadas, erros cometidos, amores desperdiçados.
Sentimos certa angústia e até uma leve tristeza por não termos chegado nos padrões que acharam adequados para definir o “sucesso”.
Passamos por esse momento de profunda reflexão e chegamos a conclusão de que só importa ser feliz. Só importa agir de acordo com nosso coração, nossa razão.
O que determina o sucesso não pode ser descrito como fórmula, como exato. O sucesso é pessoal, e não tem nada a ver com bens materiais, ou com quantos dígitos se preenche nossa conta bancária.
É que a vida é grande demais para se habituar em sensações medianas, se parar pra pensar com um pouco mais de cuidado, é melhor sentir muito do que sentir raso. E é de uma forma abstrata, como se nela coubessem coisas infinitas, como o amor e a fé, e como se cada parte dela pudesse se desdobrar em outras mil partes multifacetadas e multicoloridas, cheias de notas musicais, cheiro de alecrim e textura de nuvem.
É que meu peito é grande demais e já abrigou pessoas diversas em diferentes fases. Já esticou, estilhaçou, consertou e acalmou.
Também aprendeu que é maior do que dizem os livros de anatomia: átrio direito, átrio esquerdo, ventrículo direito, ventrículo esquerdo. Imagina. Aqui é espaço inteiro, cabe amor em toda aresta, fresta, divisão e brecha.
Cabe amor além do peito.
E se não for espalhar amor pela vida, qual o sentido da estadia?
E se a oportunidade de ser melhor não se abrisse a cada manhã junto com meus olhos, onde estaria? O que faria se me mantivesse estático, se ser quem sou fosse imutável, inato?
Eu quero é descobrir todos os lados de mim. Todos os meios do Eu.
Quero crescer, tropeçar, diminuir e crescer de novo.
Preciso me abrir para o novo com respeito.
Preciso levantar e, vez ou outra, ficar de joelhos.
Necessito de viagens mais profundas do que podem me proporcionar os aviões.
É tudo tão fundo, tão simples, tão claro, tão denso.
É tudo ai, e aqui dentro.
Para e observa essa viagem, essa benção e essa sorte.
Por alguns minutos no meio do teu dia pensa como o maior milagre já está feito: Você. E se o maior milagre já existe, já foi dado, o que poderia ser impossível?
Só é possível tudo. Tudo que você quiser.
Só é possível o topo. O topo do que se propuser.
Impossível deve ser o fim da tua fé.
O que você realmente quer?
Quem você realmente é?

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autor_kamila

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