Se eu pudesse ter só uma relação na vida, eu teria um amigo.
Amigo pode ser namorado, pai, mãe, professor, cachorro, passarinho, tartaruga, irmão, tio, primo, vizinho, virtual, marido, filho. Pode ser o porteiro, o motorista do ônibus que você pega diariamente, a moça que limpa o corredor do teu prédio. Pode ser qualquer ser vivo que te faça sentir leve, livre, você.
Amigo é aquele que conforta sem julgar, que escuta sem falar, que acredita sem pensar, que confia com certeza.
Amigo te pega pela mão e te leva pra passear no parque pra te fazer esquecer do beijo do fim de semana, te convida pra tomar sorvete no horário de almoço, te presenteia sem hora e nem data marcada.
Amigo te abraça tal qual nuvem…
Ele te olha sem rótulos, sem definições.
Te diz com carinho: Tudo vai ficar bem!
Amigo sabe que você é bonito do lado que ninguém vê.
Entende que você é frágil, falho, humano e, por isso não te condena, não te induz, não te reduz.
Te oferta amor verdadeiro e despido de interesses de quaisquer tipos. E, por conta disso, te torna muito mais seguro, mais forte, mais vivo.
Já te segurou ao cair, já te deu a mão pra andar, já te fez sorrir, lembra? E já te viu chorar. Nunca diminuiu tua dor e nunca desacreditou da tua boca.
Amigo é aquele que sabe o tamanho da tua loucura e te equilibra.
Mas te deixa explodir vez em quando. Amigo é sempre e, entretanto, amigo é ontem.
Já segurou teu cabelo e amparou tuas mãos, já leu teus pensamentos e já te mandou flores.
Amigo é um ser com tantas cores que eu nem ouso saber os nomes.
Amigo é sorte, norte, ponte.
Ah, Doutor, só uma objeção: – Acho que, de toda forma, amigo é extensão do coração.