Eu nunca perco.
Pode parecer pretensão dizer com tanta convicção, mas é fato, na minha vida não tem mais espaço pra sofrimento. Quando eu não ganho, eu aprendo.
Perder é uma palavra que foi subtraída da minha história há tempos, não sei precisar exatamente quando, na verdade eu nem faço questão de lembrar.
Só lembro que o gosto da derrota se faz mais presente nos lábios dos desavisados, de quem não tem paciência para olhar.
‘Perder’, na verdade é um sinônimo para ‘reerguer’,’recomeçar’.
E isso não subtrai o uso da palavra perda.
Já perdi sim, mas só se perde o que não é passível de recuperação.
Perdi minha mãe, perdi um amigo, perdi o que não existe mais aqui, nesta vida.
Perder é, também, sinônimo de partida, de ida.
De uma despedida sem data de reencontro, sem prazo para lamento.
Morrer é uma forma de perder no máximo significado da palavra. Mas não pra quem morre, quem morre ganha a eternidade. Quem fica… Quem fica perde a presença, a atenção. Perder é, vez ou outra, sinônimo de compreensão.
E eu já me decepcionei inúmeras vezes, centenas de vezes segurei meu coração na mão enquanto sentia o buraco, que era outrora ocupado, aumentar e tomar conta de mim.
Já lamentei o fim, já chorei feito criança perdida na praia, e já pensei em formas de ser feliz assexuadamente.
Já fui tão inocente.
Já fiz planos, tratos, contratos, almoços e jantares.
Tentei fingir que o amor não existe, mas como pode ser que sentimento tão sublime seja subtraído de uma vida?
E eu tive diversos excessos e diversas subtrações ao longo da vida. Amores que foram embora sem despedida, outros que chegaram sem prévio aviso. Vezes em que perdi a compostura e outras tantas em que ganhei um pouco de maturidade.
O que eu nunca perdi, em hipótese alguma, foi minha fé. Acredito no amor e nunca vou deixar de acreditar, o que eu perco um pouquinho, a cada dia, é a crença de que as pessoas são capazes de amar.
E toda vez que eu tento acreditar, que eu tento permanecer, vem uma verdade e me tira do lugar. Se eu perdi? Claro que não, eu aprendi, mais uma vez, que vale a pena tentar, mesmo que não dê certo, mesmo que me faça chorar…
Vai menina, se joga mesmo no precipício. Não tenha medo de voar, ou de cair. Você só vai descobrir se tem asas quando tiver coragem de pular.
A liberdade constantemente se disfarça de cilada, não caia, não se deixe prender por medo de arriscar.
Você não vai perder.
Vai aprender.
É só abrir os olhos e ver.
Eu acredito em você!