desnorteadinha

Tô perdida.

Completamente confusa.

Desnorteadinha.

Juro. Tudo culpa de vocês.  Seus malucos. Que aparecem na nossa vida, na mesma intensidade de um caminhão abandonado na ladeira. Imperáveis. Chega até a assustar. Entram fazendo estardalhaço, iluminados pelas luzes do ambiente. Confundo os sorrisos de vocês, confundo a alegria de vocês. Confundo a vontade que vocês têm de vencer na vida. De conquistar o mundo. Fico assustada, de como você acreditam que o mundo vai acabar amanhã. Assustada não. Com inveja, mesmo. Vocês passaram tão intensos pelo agora, só para que eu pudesse entender que o momento não é chamado de presente por acaso.

Meu coração, que sempre foi meio sem rumo, ficou agitado. Pulava dentro do peito. Sempre que aquele sorriso largo repousava as mãos sobre meu corpo, sentia minhas mãos tremerem. Queria me aprisionar naquele abraço. Colocar aquele traço forte do teu rosto dentro de um potinho, só pra que ele não tivesse como fugir. Queria ter direito de filmar os nossos momentos, só pra poder ficar assistindo e aprendendo com a sua leveza. Puxa meu cabelo com força e me beija com carinho. Desabotoa-me com uma mão e então me hipnotiza com o toque dos teus lábios. Eu não quero que isso acabe, nem quero que você vá embora.

Mas você a verdade, é que você nunca esteve aqui.

Você já se apresentou dando adeus. E não sei em qual momento eu desenhei um futuro pra nós dois, que me esqueci de abrir o presente que você queria viver. Encantei-me pela companhia de outro abraço e despejei todos os meus medos no colo dele. Acho que vocês devem vir da mesma seita. Do mesmo grupo de selvagens. Ele sorria em cada lágrima que eu despejava por tua causa. Acariciava meus medos e aqueceu uma saudade que nem era dele. Eu tinha todo o direito de me encantar. Ele era absolutamente tudo que eu queria que você fosse.

Deixei meu cabelo repousar no travesseiro dele. Com o coração exposto na tua prateleira. Fui perdendo meu ar aos toques dele e quase chamei o teu nome. Por muitos instantes desejei que meu carinho fosse batizado com o nome dele. Queria ter o direito de me encantar por diversos sorrisos de um mesmo espaço, sem sentir o peso do mundo me olhando. Quero sair da cama dele para a sua. Quero viver o agora. Quero entender como vocês são tão felizes nesse mundo cheio de julgamentos, como vocês são tão leves se vossos corpos pesam tanto quando estão dentro de mim.

Sou confusa nessa vida, pois não sei dosar amor.

Adoro despejar carinho em todo canto. Aonde merecem e aonde não precisam. Aos que ficam e aos que vão. Tenho medos que nunca foram meus, que transmito para pessoas que ainda nem conheci. Preciso aprender a desviar dos traumas dos outros, para aprender a caminhar com as minhas próprias pernas. E talvez um dia eu consiga entender, que não faz sentido dizer que morreria de amor nessa vida, se ainda deixo meu amor próprio morrer.

Tô confusa.

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autor_jorge

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