Pensei agora, imagina se as fotografias pudessem mostrar o que mostram nossos olhos.
Pensei agora por que te olhar assim, tão perto, nem se compara com tuas fotos de perfil no Instagram.
E também não justificam suas milhares de fãs.
Quando olho uma foto tua penso “Que pena, eles só vêem essa parte!”
Não que você não seja bonito no sentido prático da palavra. Você é.
Bonito, não. Lindo!
O foda é que, não contente com isso, você nasceu com a alma bonita, a aura colorida, e uma íris que desconcerta até o Randy Couture!
É isso que eles não vêem.
Primeiro, não é óbvio.
Nada é.
Segundo, tem que olhar com cuidado. Mais de uma vez.
Funciona e, quando você enxerga aquela primeira faísca convidativa, em instantes vira fogueira. Feito fogueira de São João lá em Juazeiro!
Fica lindo, beira o perfeito.
Pensei agora por que, tô aqui né, deitada no teu peito, sentindo tuas mãos deslizarem sobre meu corpo, olhando nos teus olhos, tocando teu cabelo.
Na foto não dá pra provar o gosto, tocar a pele, sentir o cheiro.
E você, incansável, ainda tem essa voz.
Pensei agora porque, quando você envolve minha nuca e fala “Linda” no meu ouvido, a música mais bonita do mundo se torna comum.
Na foto não dá pra sentir o arrepio, nem a textura, nem o milagre da criação. Não dá pra ver o brilho, não dá pra sentir a energia.
Pensei agora porque tô aqui, dentro do teu quarto. Entre quatro paredes, dois átrios e dois ventrículos. Numa área nobre chamada coração.
Pensei também que existe sorte.
E você ainda é você.
E você me deixa ser eu.
E sermos nós.
Obrigada.