eu fiz tudo

No começo você correspondeu às expectativas ou fingia muito bem. Mas eu, meu bem, também fiz teatro na escola da vida. Embora a culpa da expectativa seja minha, você achava que enganava e eu, dizendo que acreditava, mentia.

Mas não se vanglorie tanto do que sinto, o que vi em você foi o que eu vi, não necessariamente o que você é. Desculpe a projeção, desculpe por te fazer tão melhor do que você foi.

Eram os teus olhos que insistiam em me dizer o contrário. Eles que sempre me fizeram acreditar que, o que pulsava em meu peito perto de ti, não era em vão. Todas às vezes em que eu odiava te amar eram eles que me pediam, silenciosamente, mais tempo, mais paciência.
E eu sempre acreditei em olhares.

Muito mais que palavras, são eles que dizem a verdade.
Os teus olhos sempre deixaram bem claro o quanto precisavam de mim. De um jeito quase desesperador, como se eu fosse uma espécie de redentor.

Desculpa amor, eu não sou.

Foi tentando te salvar que me perdi e, antes de não saber como voltar, eu escolhi partir.

É, parece estranho, mas se nosso amor só é bonito quando estamos longe, permaneçamos assim. Se posso guardar de ti uma lembrança bonita, é só o que quero. Prefiro guardar o que me faz sorrir do que insistir, e tornar ferida.

E não pense que foi fácil pra mim, não foi. Nunca foi. Mas de que adiantava teu olhar implorar minha presença e tuas atitudes me repelirem feito água e óleo? De que adiantava lutar pelo amor, enquanto você o deixava escapar na tentativa burra de se manter ileso?

Às vezes não querer arriscar na esperança de evitar feridas, é a maior ferida que você vai carregar.

Não interessa o que tudo indica, não importa o que achem, pensem, falem. Não importa nada além do teu ímpeto, além do que teu coração grita. Se você quer, faz. Vai em frente, enfrente, arrisca.
Só vá embora quando tua luta perder o sentido, quando as possibilidades se esgotarem diante das tuas mãos.

Só vá embora quando tua ida não precisar de desculpas, nem de perdão.

Eu fiz o que pude, te dei tudo, por mais que você insista em achar que não, por mais que julgue o meu sentimento pela desistência e ignore o tempo em que esmurrei facas de dois gumes tentando ficar.
Não duvide de mim. Se quer saber mesmo, sem medo, em frente ao espelho, pergunte ao teu olhar…

A saudade dentro dele vai saber o que falar.

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autor_kamila

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