mais um dia bom

Ainda que meu dia tenha sido uma loucura, eu tenho que confessar que ainda fico de uns dias pra cá esperando o momento de começarmos a conversar. Tô naquela fase confusa, onde todas as minhas parábolas do dia anterior eu praticamente dividi com você em tempo real. Falamos por horas, que não sei se começo a falar contigo no outro dia ou se espero pra ver se já não te saturei com meus devaneios. E então cê me diz “oi“. Obrigado. Meu dia começa, tenho um caminhão de coisas pra te contar. Só que pra minha felicidade, cê também tem. Tropeçamos nas nossas próprias histórias umas quatro vezes, você sorriu em todas. Que sorriso lindo, diga-se de passagem.

Nos outros dias minhas dúvidas vão ficando cada vez menores. Não deixei de achar graça em nadas, nem vou lhe dizer que seu abraço tirou o sentido de todos os outros. Mas o mundo parece mais interessante quando cê concorda com todas as minhas loucuras. Não tenho quase nada pra dividir, mesmo assim, cê encosta a sua cabeça no meu ombro e diz que eu te somo. E realmente, fazia tempo que alguém não acrescentava tanta coisa boa no meu dia. A minha mesa de estudos, tentando entender esse fenômeno de sentir uma alegria descomunal dentro de mim com qualquer conquista tua. O mais próximo que cheguei foi “carinho”. Morena, anota ai: Tô transbordando de carinho pra ti.

Antes as coisas não estavam chatas, não vou ser clichê e dizer que tudo era cinza no meu dia antes da tua morada. Mas gostei muito do trabalho que você faz com as cores que já existia dentro do meu peito, esse processo de tratamento de imagem e restauração de um ego. Misturei tons de vermelho com esse teu abraço, que só laça o meu pescoço na ponta do pé. Peguei algumas pinceladas de verde pra acompanhar a tua mão quando repousa na minha. Pouco a pouco você veio retocar os traços que alguém não terminou, por desleixo ou por preguiça. Agradeço o teu passado por mim, as feridas deles te ensinaram exatamente aonde pisar na nossa dança. Nosso dois pra lá pra dois pra cá tá sincronizado. Tão sincronizado que a gente já deu alguns giros por aí.

Li acompanhado de alguns braços entrelaçados, já escrevi pra outros, já sentei do lado de muita gente antes de pegar essa estrada, já enxerguei o horizonte sumindo e aparecendo de muitas formas diferentes.  Algumas companhias ficaram por bastante tempo, mesmo com os olhares tão diferentes do meu. Outras o suficiente, com olhares que eram exatamente iguais. Fui sempre muito extremista nas minhas coisas. Seja igual ou não seja meu. Tive que descer do salto e aprender muita coisa na marra, tive que ter paciência pra ensinar muita gente. Teve gente pra caralho, pra falar a verdade. Não encontrei e acho que nem tenho tempo um tipo de pessoa especifica pra mim. Mas se tivesse, tenho que confessar que seria parecido com você.

Um dia você vai descobrir que eu não sou bom com datas e tenho uma enorme facilidade para negar oportunidades. Gosto de abrir portas e você quer entrar em todas. Meu time é de outra cidade. O teu joga embaixo da janela da minha. Teu gosto musical bate tanto com o meu que quase te esbarrei em algum bar pequeno daquela banda que ninguém escuta. Mas talvez lá eu não te me encantasse tanto por ti. Talvez lá eu te dissesse que sou da capital e você respondesse que é do interior. Essas coisas que a gente tá acostumado a falar pra afastar pessoas óbvias do nosso caminho bagunçado. Mas deixa assim. Não mexe, não rotula e nem inventa moda. Aproveita, se entrega e me dá a mão. Não se dá fim quando não se tem começo. Quando for pra acabar a gente começa. Ou então começa pra não acabar mais, meu bem.

Hoje talvez não, mas ainda pipoco na tela do seu celular e te faço sorrir com um bom dia, menina. Que nem cê tem feito comigo de uns tempos pra cá.

Obrigado viu?

pei

autor_jorge

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